Encima ou Em cima: Qual a diferença e como usar corretamente?

Você sabe qual é a diferença entre “encima” e “em cima”? Se já ficou em dúvida na hora de escrever essas palavras, saiba que você não está sozinho, pois por terem a mesma sonoridade, muitas pessoas as confundem. No entanto, embora ambas existam oficialmente na gramática da língua portuguesa, o uso incorreto é bastante comum.

De forma resumida, quando falamos em “em cima”, estamos lidando com uma locução adverbial que indica posição ou localização. Já “encima”, escrita junta, é uma forma verbal do verbo “encimar”, usada para expressar a ação de colocar algo sobre outra coisa, alçar ou coroar.

Neste post, vamos explicar de forma clara e completa qual é a diferença entre “encima” e “em cima”, mostrar exemplos práticos de uso, apresentar suas origens gramaticais e dar dicas para que você nunca mais tenha dúvidas na hora de escolher entre as duas formas.

O que são palavras homônimas homófonas?

Antes de compreender as diferenças entre as expressões, é essencial entender o conceito linguístico que explica essa confusão. As palavras “encima” e “em cima” são classificadas como homônimas homófonas, ou seja, apresentam a mesma sonoridade, mas grafias e significados diferentes. E, graças a isso, muitos escrevem uma no lugar da outra sem perceber.

Tendo isso em vista, é válido ressaltar que é comum encontrarmos pares de termos semelhantes que se diferenciam apenas pela função gramatical e pelo contexto de uso. Sendo assim, a atenção ao sentido é o que define a escolha correta e entender isso é o primeiro passo para escrever de forma precisa e evitar erros que comprometem a clareza do texto.

Portanto, ao ouvir as expressões “encima” e “em cima”, lembre-se de que, embora soem idênticas, exercem papéis diferentes na estrutura da frase. E, saber identificá-las corretamente é uma forma de aprimorar o domínio da escrita e garantir uma comunicação mais clara e assertiva.

Entenda a diferença entre “encima” e “em cima”

Apesar de soarem parecidas e terem significados diferentes, “encima” e “em cima” pertencem a categorias gramaticais distintas e, por isso, são usadas em contextos diferentes. Essa distinção é essencial para evitar erros de escrita, já que cada forma desempenha uma função própria na língua portuguesa.

A palavra “encima” é uma forma verbal derivada do verbo encimar, que tem o sentido de colocar sobre, elevar, coroar ou alçar. Já “em cima” é uma locução adverbial de lugar, usada para indicar posição ou localização. Embora o som seja idêntico, o valor semântico muda completamente de uma para outra.

Quando usar “encima” (junto)?

A palavra “encima”, escrita de forma unida, é uma conjugação do verbo encimar. Na prática, esse verbo significa colocar sobre, pôr no alto ou elevar algo, transmitindo a ideia de ação e movimento. Assim, “encima” indica o ato de posicionar uma coisa acima de outra, sendo uma forma verbal.

Do ponto de vista gramatical, esse termo aparece geralmente na terceira pessoa do singular do presente do indicativo (ele/ela encima) ou na segunda pessoa do singular do imperativo (tu encima). Em resumo, usamos essa palavra quando alguém executa a ação de colocar algo sobre outra coisa ou quando há uma ordem direta para realizar uma ação.

Embora gramaticalmente correta, essa forma verbal é pouco usada no cotidiano, pois o verbo encimar não é comum na fala popular. Na maior parte das situações, opta-se por construções como colocar sobre ou estar em cima de. Seguem alguns exemplos de aplicação:

• O confeiteiro encima o bolo com flores de açúcar antes de servir;
• Um belo chapéu encima a cabeça do manequim na vitrine da loja;
• A estátua do anjo encima a fonte do jardim central;
• O pintor encima a tela com um detalhe dourado para dar mais brilho;
• Durante a cerimônia, a coroa encima a cabeça do rei.

Conjugação do verbo “encimar” no presente do indicativo:

Pessoa	Forma verbal
Eu	Encimo
Tu	Encimas
Ele/ela	Encima
Nós	Encimamos
Vós	Encimais
Eles/elas	Encimam

Conjugação do verbo “encimar” no imperativo afirmativo:

Pessoa	Forma verbal
Tu	Encima
Ele/ela	Encime
Nós	Encimemos
Vós	Encimai
Eles/elas	Encimem

Quando usar “em cima” (separado)?

A expressão “em cima”, escrita separadamente, é uma locução adverbial de lugar, a qual é amplamente utilizada na língua portuguesa. Isso ocorre porque serve para indicar que algo ou alguém está em uma posição mais alta, superior ou sobre outra coisa, descrevendo tanto localizações físicas quanto simbólicas no discurso.

Além disso, por ser de uso frequente, essa locução também aparece em contextos figurados e expressões populares. Em frases do cotidiano, pode expressar ideias de urgência, confirmação, vigilância ou até mesmo envolvimento emocional, o que demonstra sua versatilidade e importância na comunicação. A seguir, veja alguns exemplos:

• Deixei minhas chaves em cima da mesa da cozinha;
• O gato adorava dormir em cima do telhado todas as noites;
• Não pise em cima do tapete branco com os pés sujos!;
• O livro está em cima da prateleira, bem ao lado do vaso;
• A criança pulou em cima da cama repetidamente;
• As malas ficaram em cima do carro enquanto nos preparávamos para sair.

Outros significados da expressão

Como já vimos, além do sentido literal de localização, “em cima” também é utilizado em contextos figurados, podendo transmitir diferentes sentidos, como a ideia de que tudo está bem ou resolvido, a noção de urgência ou realização de algo no último momento, o estado de indecisão diante de uma escolha ou ainda o ato de vigiar e acompanhar de perto uma situação.

Ademais, em outros casos, em cima pode indicar que algo foi elaborado a partir de determinado argumento ou informação, além de também poder estar relacionada a situações informais em que expressa o ato de paquerar ou demonstrar interesse afetivo por alguém. A seguir, veja como aparece em situações comuns do dia a dia:

• Tudo em cima para a viagem de amanhã?;
• Ele passou a noite toda dando em cima dela;
• O gerente ainda está em cima do muro sobre a nova contratação;
• Cheguei em cima da hora para a reunião.
• O relatório foi feito em cima dos dados mais recentes.

Como identificar qual forma usar?

Para identificar corretamente quando usar “encima” e “em cima”, é essencial observar o contexto e o papel que a palavra exerce na frase. O primeiro passo é analisar se há uma ação sendo realizada ou apenas a indicação de uma posição. Essa observação ajuda a compreender o valor semântico de cada termo e a escolher a forma adequada.

Se a frase expressar movimento ou ação de colocar algo sobre outra coisa, deve-se empregar encima, pois trata-se de uma forma verbal derivada de encimar. Já se a frase indicar posição, local ou estado fixo em relação a outro elemento, a forma correta é em cima, que atua como locução adverbial de lugar. Assim, o segredo está em perceber se o termo indica ação (encima) ou localização (em cima), o que garante clareza e precisão na escrita.

Outras expressões que podem gerar confusão com essas palavras

Para encerrar, é importante destacar que as expressões em cima, por cima e acima, embora pareçam semelhantes, possuem usos e sentidos específicos que não permitem a substituição entre elas.

Além disso, é comum que a semelhança entre essas expressões cause confusão na escrita. Pois, o fato de acima ser grafado junto leva muitas pessoas a acreditarem que em cima também deva ser escrito de forma unida, o que não é correto dependendo do contexto.

• Acima: indica a parte mais alta, marcando posição superior em relação a algo (hierarquia, altitude ou nível). Exemplo: A cordilheira está acima do vale.
• Por cima: indica algo na parte superior, sem contato direto com a superfície, frequentemente envolvendo ultrapassar ou passar. Exemplo: O médico passou o instrumento cirúrgico por cima do ombro.
• Em cima: indica posição superior, geralmente com contato. Exemplo: O gato dorme em cima do cobertor.

Agora que você entendeu a diferença, que tal testar? Crie frases usando “encima” e “em cima” corretamente e veja como a língua portuguesa pode ser ainda mais interessante quando entendemos seus detalhes!

Ademais, saber quando usar “encima” e “em cima” é uma demonstração de atenção aos detalhes e de bom conhecimento da língua portuguesa. Embora tenham a mesma pronúncia, essas expressões desempenham papéis gramaticais completamente diferentes.

Dominar diferenças como essa não apenas melhora a escrita, mas também fortalece a comunicação e o entendimento da riqueza da nossa língua. Afinal, é nos detalhes que se revela o verdadeiro conhecimento do português.

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